ODS 14. Vida na Água - conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Naturalmente, o PPGO apresenta um alinhamento direto com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 14 – Vida na água, uma vez que as pesquisas desenvolvidas no âmbito do programa produzem conhecimento de ponta em diversas temáticas, capazes de subsidiar os gestores públicos na defesa da vida marinha e em ações de mitigação das ações antrópicas nos ecossistemas marinhos brasileiros e mesmo globais.
O ODS 14 identificou algumas metas que deverão ser atingidas pelos países até 2030. Dentre estas, o PPGO auxilia diretamente para alcançar as seguintes metas:
Meta 14.1 - Até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes
O PPGO desenvolve estudos na linha de pesquisa "Contaminação Aquática e Ecotoxicologia", liderando estudos sobre a contaminação por poluentes orgânicos e, também, avançando com conhecimentos sobre a emergente situação de contaminação dos ecossistemas marinhos devido a presença de plásticos e microplásticos.
O PPGO consolidou a Coleção Didático-Científica de Lixo Marinho do IO – FURG, a COLIXO . A coleção possui exemplares de material que foram encontrados em diversos ambientes de estudo, como na Índia, na Antártica, na Praia do Cassino, na marisma do Molhe Oeste e até material encontrado no conteúdo estomacal de mamíferos marinhos. Essa coleção é utilizada em aulas práticas e teóricas realizadas para os cursos de Oceanologia e Biologia da FURG, mas também apresentada da forma expositiva, além de palestras sobre o tema, com intuito de divulgar e explicar sobre a problemática da presença de resíduos sólidos nos ambientes marinhos e costeiros e uma gama de atividades correlatas desenvolvidas em escolas de primeiro e segundo grau do município.
O que o PPGO já executou que contribui para a Meta 14.1 do ODS 14?
Alguns estudos do PPGO demostraram os avanços no conhecimento sobre as questões ambientais referentes às partículas de tinta anti-incrustantes (APP). Os estudos sugerem que as APPs representam um problema ambiental para os sistemas aquáticos no Brasil, uma vez que o país carece de legislação além de mecanismos de controle ineficientes. Uma melhoria nos processos de manutenção de barcos é urgentemente necessária para evitar esta liberação contínua de APPs nos sistemas aquáticos. Além disso, a primeira avaliação da toxicidade associada à presença de APPs em sedimentos para organismos bentônicos, identificou a necessidade de aprimoramento da regulamentação em estaleiros e áreas de marinas.
Outros estudos indicaram a vulnerabilidade das regiões estuarinas e costeira a contaminação ocasionada por atividades portuárias. Os trabalhos indicaram que os navios e estaleiros são as principais fontes de biocidas e partículas anti-incrustantes e que as atividades marítimas locais junto a hidrodinâmica impulsionaram a distribuição de resíduos de anti-incrustantes.
Meta 14.3 - Minimizar e enfrentar os impactos da acidificação dos oceanos, inclusive por meio do reforço da cooperação científica em todos os níveis
O PPGO desenvolve estudos na linha de pesquisa "Química da Água do Mar, Sistema Carbonato e Acidificação", sendo um dos PPGs do Brasil pioneiro na liderança e no desenvolvimento das atividades de pesquisa para a compreensão do processo de Acidificação dos Oceanos nos ecossistemas marinhos brasileiros, mares e oceanos do globo.
A Rede Brasileira de Pesquisa em Acidificação dos Oceanos (rede BrOA) está sediada no Laboratório de Estudos dos Oceanos e Clima, que é parte integrante dos laboratórios de pesquisa que compõem o PPGO. Além disso, o grupo de pesquisa CARBON Team lidera diversas pesquisas dentro desta temática, sendo responsável pela capacitação e formação de novos profissionais para atuarem no tema.
O que o PPGO já executou que contribui para a Meta 14.3 do ODS 14?
Um estudo desenvolvido no PPGO foi o primeiro a relatar o estado de acidificação das águas do mar da Patagônia no sudoeste do oceano Atlântico Sul, uma importante região de pesca mundial. A pesquisa ainda indicou a taxa anual com que a região tem acidificado, visto que esta é uma zona de forte captação do CO2 atmosférico emitido pelas ações humanas.
Outro estudo, executado ao longo das margens continentais sul e sudeste do Brasil, quantificou o acúmulo de carbono de origem antropogênico nas águas centrais e intermediárias da região, além de identificar a taxa de alteração de longo-período do pH desta águas desde o início da Revolução Industrial de −0.17 ± 0.07 e −0.10 ± 0.06 unidades de pH, respectivamente.