Dissertação - Vinicius Tavares Kutter

Aspectos da biogeoquímica do mercúrio em lagos na planície costeira do sul do Rio Grande do Sul

Autor: Vinicius Tavares Kutter (Currículo Lattes)

Resumo

No ambiente aquático um dos mais perigosos contaminantes é o mercúrio. A contaminação por mercúrio na cadeia trófica em ambientes aquáticos pode ser severa e persistente, uma das principais fontes de contaminação por mercúrio em humanos através da cadeia alimentar são os peixes. Nesse estudo: - Foram mensurados os níveis de mercúrio em três lagos no extremo sul do Brasil e avaliou-se a relação entre mercúrio na precipitação atmosférica total, material particulado no ar, material particulado na água dos lagos, sedimentos, solo e água subterrânea as margens dos lagos, plantas aquáticas, molusco aquático e peixes de áreas próximas às fontes de emissão de mercúrio (áreas: industrial e suburbana) e distante das fontes de mercúrio (área de reserva natural). - Foram mensurados os níveis de mercúrio em vinte e sete espécies de peixes de quatro ambientes (lago fechado, lago aberto, estuário, marinho). - Simulou-se o aporte de mercúrio atmosférico para os lagos, através de um experimento. No qual adicionou-se poeira contaminada por mercúrio em tanques contendo: peixe, sedimento e plantas aquáticas. As concentrações de mercúrio no sedimento e nas plantas aquáticas não demonstraram variação entre os lagos. Em molusco, água subterrânea, e material particulado na água dos lagos apresentam diferença muito pequena entre as três áreas estudadas. No entanto, o nível de mercúrio na precipitação atmosférico nesses lagos estudado apresentou aumento com a proximidade da fonte industrial. Mercúrio no tecido de peixe geralmente aumenta ao longo do mesmo gradiente, mas varia com o nível trofico. A concentração de mercúrio em peixe pode estar diretamente relacionada com a concentração de mercúrio na deposição atmosférica nesses lagos fechados. Foram encontradas altas concentrações de mercúrio em peixes do lago fechado na área suburbana, em relação ao lago aberto, estuário e oceano. Em todos os ambientes, as espécies piscívoras apresentaram maior valor de mercúrio no tecido do que as espécies não piscívoras. A simulação do processo de contaminação por mercúrio através do depósito das precipitações atmosféricas na superfície da água em laboratório demonstrou acumulação progressiva de mercúrio nas plantas aquáticas e no sedimento.

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Palavras-chave: Mercúrio (Elemento químico)OceanografiaLagosContaminaçãoPrecipitação atmosféricaBiotaRio Grande do SulBrasil