Dissertação - Lorena Luiz Collares

Monitoramento de icebergs no noroeste do Mar de Weddell, Antártica, e sua associação com a Circulação Oceânica Regional.

Autor: Lorena Luiz Collares (Currículo Lattes)

Resumo

Os icebergs representam uma distinta feição no Oceano Austral. As correntes oceânicas, o gelo marinho, a batimetria e os ventos são responsáveis por determinar a trajetória destes grandes blocos de gelo. Desta forma, informações sobre a distribuição e a concentração dos icebergs podem auxiliar no melhor entendimento da circulação oceânica e atmosférica nas regiões polares. Diferentes métodos de observação de icebergs têm sido utilizados ao longo do tempo para o entendimento desta componente da criosfera. Duas metodologias despontam para tal objetivo, plataformas de coleta de dados (PCDs) rastreadas via sistema satelital ARGOS e as imagens de radar. A fim de monitorar o deslocamento de icebergs, no noroeste do Mar de Weddell, foram utilizados dados de posição de PCDs fixadas em três icebergs (em 19 de fevereiro de 2009) nas proximidades da ilha James Ross. Imagens Advanced Synthetic Aperture Radar (ASAR) foram utilizadas como medida complementar no rastreamento de icebergs durante os anos de 2008 e 2009. A partir dos resultados foi possível associar a deriva dos icebergs monitorados aos principais sistemas de correntes e frentes desta região, como a Corrente Costeira Antártica, a Frente de Talude Antártico e a Frente de Weddell. Mais especificamente, pode-se observar aspectos da circulação regional, tal como a identificação de uma célula de circulação anticiclônica no entorno da ilha James Ross e a deriva de icebergs em direção ao Estreito de Bransfield. Um estudo de caso demonstrou a recirculação de um iceberg no interior do Estreito de Bransfield e sua desintegração associada. A estimativa média da taxa de desintegração dos icebergs monitorados foi de 19%, associadas com um fluxo de volume de água doce para o oceano de aproximadamente 0.57 m3 s-1 e 0.94 m3s-1, respectivamente durante o período de observações nos anos de 2008 e 2009. A velocidade média de deriva calculada através do monitoramento via PCDs e imagens ASAR foi de 3.04 ±1.9 cm s-1 e 5.97 ± 2.8cm s-1, respectivamente.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: IcebergOceano AustralAdvanced Synthetic Aperture Radar (ASAR)