Representação de polínias costeiras antárticas através de reanálises oceânicas de alta resolução
Camila Cristina Hashimoto (Currículo Lattes)
Resumo: As polínias costeiras são áreas em torno de 200 a 7000 km² (em média), conhecidas como “fábricas” de gelo marinho com grande importância, desde aspectos climáticos até biológicos. Os processos que ocorrem nas polínias afetam a produtividade primária, ciclos biogeoquímicos e a formação de águas de fundo, devido ao efeito brine relacionado com a formação do gelo marinho. A alternativa mais usada para investigar as polínias costeiras tem sido através do sensoriamento remoto. Todavia, com o avanço tecnológico em assimilação de dados em modelos oceânicos, estes produtos passam a ser uma alternativa. Assim, este estudo comparou a representação das áreas das polínias no produto de reanálise GLO-HR com as observações de satélites a partir dos dados de concentração de gelo adquiridos pelo sensor AMSR-E. A média da área diária de onze polínias costeiras foi calculada no período de maio a setembro (2013 – 2016) e a representação delas foi satisfatória e condizente com as posições anteriormente relatadas. Contudo, é possível que a resolução mais refinada da GLO-HR retrate as áreas com maior precisão, porém menores. O aumento de salinidade, a 300 m de profundidade, ocorreu em quase todas as polínias ao longo do seu tempo de desenvolvimento, porém não houve correlação com a área. Já a correlação com os ventos demonstrou qual a direção do vento é determinante nas fases de abertura e fechamento da polínia. Por fim, há mais fatores que auxiliam no fechamento das áreas (convergência do gelo) do que na abertura das áreas (divergência do gelo) e compreender a variabilidade das áreas das polínias permite maior detalhamento nos modelos oceânicos, principalmente no que se refere aos processos ocorridos na plataforma continental.