Dissertação - Giovana Pedrol de Freitas

Considerações icnotaxonômicas e tafonômicas dos icnofósseis encontrados ex situ na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, Quaternário do Brasil

Autor: Giovana Pedrol de Freitas (Currículo Lattes)

Resumo

A Planície Costeira do Rio Grande do Sul (PCRS) (Sul do Brasil) é composta por diversos depósitos fossilíferos tanto continentais,quanto marinhos que estão relacionados a, pelo menos, quatro sistemas deposicionais do tipo laguna-barreira pertencentes aos sedimentos Quaternários (Pleistoceno-Holoceno). Parte destes depósitos se encontram submersos atualmente e estão sujeitos à erosão devido à incidência de ondas,resultando em exumação de fósseis corporais de vertebrados e invertebrados e icnofósseis que são depositados na face de praia atual. Dentre eles, 253 fragmentos de tocas de crustáceos fósseis foram coletados e o estudo destes materiais é o objetivo deste trabalho. Diferentes análises foram realizadas com o intuito de descrever o registro destes traços na PCRS, como análise morfológica, que incluiu medições do diâmetro externo e interno, largura da parede (em seção transversal)e o diâmetro dos pellets, quando presentes.Análises químicas e de microestruturas obtidos pela Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difratometria de Raios-X (DRX), Espectroscopia de Raios-X por Dispersão em Energia (EDS) e lâminas petrográficas,além de análises tafonômicas e neoicnológicas. Duas icnoespécies de Ophiomorpha foram identificadas (O. nodosa e O.puerilis), mas grande parte do material foi designada ao grupo SOT (=Spongeliomorpha, Ophiomorphae Thalassinoides) principalmente pela ausência de pellets na parede externa dos traços.Os processos tafonômicos (exumação, retrabalhamento e transporte) que agem nos depósitos submersos de origem da assembléia icnofossilífera ex situ pode ser uma das razões da ausência de pellets. Com isso,uma reconstituição tafonômica incluindo a dinâmica paleoambiental são apresentados com a finalidade de demonstrar como os processos afetam os traços coletados ex situ, desde sua construção, passando pela exumação e posterior transporte para a face de praia atual. Além disso, observações neoicnológicas das tocas de Sergio mirim indicaram que organismos maiores que o S. mirim foram os construtores do traço O. nodosa encontrado ex situ.

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Palavras-chave: IcnologiaOphiomorpha nodosaOphiomorpha puerilisSpongeliomorphaThalassinoidesSergio mirimPaleolinhas de costa