Dissertação - Brendon Yuri Damini

DINÂMICA DE CO2 EM UM VÓRTICE ESTACIONÁRIO ANTICICLÔNICO NO NORTE DA PENÍNSULA ANTÁRTICA

Autor: Brendon Yuri Damini (Currículo Lattes)

Resumo

O oceano Austral é uma região chave para entender os fatores ambientais que regulam as trocas de dióxido de carbono (CO2) na interface oceano– atmosfera. Estas trocas podem ser influenciadas por estruturas de mesoescala presentes nos oceanos (e.g., meandros, vórtices e outras feições responsáveis pela dissipação de energia). Com o objetivo de ter uma melhor compreensão da dinâmica do CO2 na interface oceano-atmosfera no norte da Península Antártica, investigamos um vórtice estacionário anticiclônico localizado ao sul da ilha Clarence, na bacia leste do estreito de Bransfield. Dados físicos, químicos, biológicos e de sensoriamento remoto foram obtidos na região em fevereiro de 2020 (final do verão austral). Com isso, o vórtice mostrou ser um grande corpo de água com um núcleo frio (0,31 ºC), salgado (34,38), alta concentração de carbono inorgânico dissolvido (2247 μmol kg−1 ) e desoxigenado (337 μmol kg−1 ). Além disso, o núcleo do vórtice retém uma mistura de águas superficiais locais e Água Profunda Circumpolar modificada advectadas pela corrente de Bransfield com águas derivadas da Água Profunda Circumpolar provenientes do mar de Weddell (i.e., Água Cálida Profunda). Outrossim, o vórtice aqui amostrado atua como uma estrutura de liberação de CO2 para a atmosfera e emite ~1,50 mmol m–2 d–1 Este comportamento é devido ao aumento do carbono inorgânico dissolvido em seu interior, cuja concentração é modulada pela (i) ressurgência de águas intermediárias ricas em CO2, (ii) pela baixa produtividade primária dentro do vórtice, a qual está associada a pequenas células fitoplanctônicas, como criptófitas e flagelados verdes, e por (iii) processos de respiração causados por organismos heterotróficos (i.e., comunidade zooplanctônica). Os resultados reportados nesse estudo são fundamentais para levantar novos insights para uma melhor compreensão do comportamento dessas feições de mesoescala, e como estas estruturas influenciam as trocas de CO2 oceano–atmosfera.

TEXTO COMPLETO:  Dissertacao_brendon_yuri.pdf